segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Aos Pais
A entrada dos adultos na creche/jardim de infância
Provavelmente as questões que os pais colocarão neste momento têm
sobretudo como alvo os filhos. Como é que eles...? Com a chegada do novo
ano letivo, parece-me urgente os pais comecem a colocar a questão do
"nós". Como é que nós, pais, lidamos com a entrada dos nossos filhos no
sistema de ensino? Colocar a questão desta forma não denota qualquer
indício de egoísmo; bem pelo contrário. Não há dúvida de que o processo
de adaptação à creche ou ao jardim de infância depende dos mais
pequenos, mas depende também, e muito, da atitude dos mais graúdos.
Provavelmente as questões que os pais colocarão neste momento têm
sobretudo como alvo os filhos. Como é que eles...? Com a chegada do novo
ano letivo, parece-me urgente os pais comecem a colocar a questão do
"nós". Como é que nós, pais, lidamos com a entrada dos nossos filhos no
sistema de ensino? Colocar a questão desta forma não denota qualquer
indício de egoísmo; bem pelo contrário. Não há dúvida de que o processo
de adaptação à creche ou ao jardim de infância depende dos mais
pequenos, mas depende também, e muito, da atitude dos mais graúdos.
Para os Pais
Adaptação à creche/jardim de infância (por Teresa Paula Marques, Psicóloga Clínica)
Para partilhar com os pais
Alguns pais, por força das circunstâncias, colocam os filhos na
creche logo nos primeiros meses de idade. Outros optam por deixá-los à
guarda de uma ama ou dos avós. Certo é que, mais hoje, mais amanhã,
acaba por chegar o dia em que ingressam no jardim de infância.
Quanto mais novinha for a criança, mais fácil e rápida será a
adaptação, por isso, nos casos em que vão para o jardim de infância aos
3-4 anos, é de esperar alguma reação negativa. Uns adaptam-se melhor
que outros e tudo está intimamente ligado à empatia que se gera com a
educadora.
Temos de ter em conta que este momento produz alterações profundas
no mundo da criança. Até esta idade, os pais foram o pilar de todo o
desenvolvimento. Foram eles que a ajudaram a alimentar-se, a vestir-se,
a lavar-se e a conviver com os outros. No fundo, mesmo sem se
aperceberem, transmitiram-lhe a maior parte das regras fundamentais
para que pudesse viver em sociedade.
Com a ida para o jardim de infância, chega a altura de colocar
muitas destas aquisições em prática. Uma criança que já adquiriu alguma
autonomia, decerto irá adaptar-se mais facilmente. As regras podem ser
um pouco diferentes, mas não deixam de ser regras, e se está à partida
habituada a cumpri-las não irá estranhar. Ainda assim, poderá haver
alguma preparação, como, por exemplo visitar o jardim de infância para
que ela possa conhecer o espaço e a educadora.
A criança pode experimentar sentimentos de profundo abandono e até
de solidão quando é deixada no jardim de infância, uma vez que não pode
contar com a presença do pai, da mãe, da ama ou dos avós. Em
contrapartida, passa a estar integrada num grupo de pares, que se podem
mostrar hostis nos primeiros dias. Temos de ter em conta que existem
sempre alguns que já se conhecem de outros anos, uma vez que ingressaram
no jardim de infância muito mais cedo e já têm o seu grupinho formado.
Algumas vezes acontecem agressões, mordidelas, puxões de cabelo... Mas
tudo isso é perfeitamente natural, portanto não há motivo para grandes
preocupações.
No geral, as amizades infantis trilham caminhos completamente
distintos das amizades adultas. De início é natural que se agridam
fisicamente, mas em breve irão transformar-se em amigos inseparáveis.
Para além disso, a educadora não pode dispensar-lhe todas as atenções,
uma vez que tem vários meninos a seu cargo. Adaptar-se a tantas
mudanças ao mesmo tempo é muito difícil. Por tudo isso, não é de
estranhar que fique a chorar, o que acaba por ser ultrapassado.
Todas as manhãs, quando os pais a forem levar, é importante que seja
criado um ambiente alegre e descontraído. Os pais podem, por exemplo,
contar-lhe uma história cujo tema seja de um(a) menino(a) que não
queria ir para a escolinha mas que depois arranjou muitos amiguinhos e
adorou a experiência! Há que falar também como vai ser o dia de trabalho
e fornecer uma referência clara, para que ele consiga situar o momento
em que o irão buscar (por exemplo, depois do lanche). É preciso ter em
conta que as crianças não possuem ainda a noção do tempo, portanto é
necessário arranjar estas estratégias para que saibam o momento em que
os pais chegam.
Contudo, chegado o fim do dia, devido às atividades profissionais,
muitos acabam por deixar os filhos até mais tarde no jardim de
infância. É vê-los sozinhos num canto, a inventarem brincadeiras ou a
chorarem ao colo de uma auxiliar. Por vezes torna-se impossível evitar
estas situações: uma reunião de última hora, um transporte que se
perdeu, o trânsito que estava um caos… Mas existem sempre alternativas:
uma vizinha simpática, um primo mais velho, os avós, alguém que se
possa recrutar à pressa e que evite este sofrimento à criança. É que
sentir-se abandonado, esquecido, pelos pais é algo extremamente
traumatizante e que provoca um sentimento de intensa solidão e
desamparo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)